Ao longo dos últimos 50 anos, o Brasil e os Emirados Árabes Unidos (EAU) construíram uma parceria robusta em diferentes áreas, como comércio, investimentos, defesa e energia. O Brasil estabeleceu sua embaixada em Abu Dhabi em 1978, apenas sete anos após a independência dos EAU, demonstrando o compromisso do Brasil em promover uma forte relação com a nova nação. O primeiro acordo econômico significativo entre os dois países foi assinado em 1988. Desde então, os EAU se tornaram um dos maiores destinos para as exportações brasileiras no mundo árabe, com um comércio total de USD 4,3 bilhões em 2023.

Mais de 40 empresas brasileiras de vários tamanhos operam nos Emirados, com grandes players como a Vale, Embraer, WEG, Marcopolo, JBS, BRF e Tramontina. Todas contribuem significativamente para a economia dos EAU através da participação em grandes projetos governamentais e parcerias com empresas locais.

Os investimentos dos EAU no Brasil também são notáveis, como evidenciado pela aquisição, este ano, de 51% da companhia brasileira Condor pelo grupo Edge. A Condor, um dos principais produtores mundiais de armas não-letais, deverá ajudar a expandir o percentual de mercado da Edge nos EUA e em outros países-chave.

Além disso, fundos soberanos dos EAU investiram mais de USD 10 bilhões no Brasil. A Mubadala Investment Company, por exemplo, detém participações significativas no Porto de Açu, no Rio de Janeiro, e na Refinaria Mataripe, na Bahia. A Mubadala também está empenhada em investir USD 2,5 bilhões nos próximos 10 anos para produzir combustíveis renováveis e sustentáveis usando óleo vegetal extraído de árvores nativas brasileiras.

Os investimentos mútuos entre o Brasil e os EAU estão crescendo de forma consistente. As duas visitas do Presidente Lula da Silva em 2023 demonstram confiança nas relações econômicas entre os dois países e destacam a força e a vitalidade do seu diálogo político no mais alto nível. As negociações em curso de um Acordo de Parceria Econômica Abrangente (Comprehensive Economic Partnership Agreement - CEPA), entre o Mercosul e os EAU, lançadas em julho de 2024, devem abrir novas oportunidades para as empresas, reduzindo custos e burocracias de uma abrangente lista de itens.